segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A HISTÓRIA DE 16 ANOS DO “CINE ECO”. 3

3. SEGUNDA EDIÇÃO - 1996

No ano seguinte manteve-se a estrutura. No Júri Internacional estiveram presentes Hortênsia de los Angeles Tolón, argumentista, cubana, Camacho Costa, actor, António Cunha, director da Videoteca de Lisboa, Manuela Peixoto e António Correia, ambos ligados a instituições ambientais.
Para além das quarenta obras a concurso, muitas outras secções se anunciavam, num recheado programa de divulgação e sensibilização de bom cinema e dos temas propostos. Assim, no Cine Teatro de Seia, e no campo das antestreias, deverão destacar-se “Ilhéu de Contenda”, uma co-produção luso-cabo verdiana, realizada por Leão Lopes, e ainda “Quatrilho”, um filme brasileiro de Fábio Barreto, que esteve nomeado para o "Oscar" de melhor filme estrangeiro de 1996. Ambos os filmes se integravam numa estratégia definida para o futuro deste Festival que se propôs sempre dar uma atenção muito especial à produção de países lusófonos.
No mesmo Cine Teatro houve sessões matinais especialmente dedicadas ao público mais jovem. Nas restantes sessões foram apresentados dois conjuntos de películas, agrupadas em secções, uma, “Outras Terras, Outras Gentes”, que procurará sobretudo ter como referência comum o bom cinema exibido comercialmente em Portugal, mas que não chegava a Seia, e a relação do homem com o seu habitat natural, e que agrupa obras como “Querido Diário”, de Nanni Moretti, “Viver”, de Zhang Yimou, “Sol Enganador”, de Nikita Mikhalkov, “Rangoon”, de John Boonnan, “Chungking Express”, de Hong Kar-Wai, “O Carteiro de Pablo Neruda”, de Michael Radford, “As Pontes de Madison County”, de Clint Eastwood, “Priscilla, a Raínha do Deserto”, de Stephan Elliot, ou “Braveheart”, de Mel Gibson.
Uma outra secção, “Ameaças do Futuro, Hoje”, reuniu um conjunto de filmes onde se questionam ameaças reais que pairam sobre o nosso planeta e as sociedades contemporâneas, tais como “Underground”, de Emir Kusturica, “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino, “Seven”, de David Fincher, “Assassinos Natos”, de Oliver Stone, “Noites Bravas”, de Cyril CoMard, “O Ódio2, de Mathieu Kassovitz, “A Verdáde da Mentira”, de James Cameron, “Dossier Pelicano”, de Alan J. Pakula, “A Rede”, de Irwin Winkler, “Fora de Controle”, de Wolfgang Petersen, “Speed”, de Jan De Bont, “Heróis por Acaso”, de Philip Alden Robinson, “Waterworld”, de Kevin Reynolds, “Apollo 13”, de Ron Howard, “Maré Vermelha”, de Tony Scott, “Leaving Las Vegas”, de Mike Figgis, “12 Macacos”, de Terry Gillíam ou “O Reino” (Kingdoom), de Lars Van Trier.
Importante foi ainda a “Mostra do Cinema Cubano”, “que surgiu em Seia, mercê de um acordo de colaboração estabelecido entre a Videoteca de Lisboa e o CineEco. Poderam ver-se obras essenciais da filmografia cubana e que iam de 1974 até à década de 90, todas elas Inéditas no nosso País em circuito comercial: “La Bella del Alhambra”, de Enrique Pineda Barnet (1989), “Cecília”, de Humberto Solás (1981), com Daisy Granados e Imanol Arias; “De Cierta Maneira”, de Sara Gómez Yera (1974), com Mario Balmaseda e Yolanda Cuéllar; “Retrato de Teresa”, de Pastor Vega (1979), cora Daisy Granados e Adolfo Llauradó; “Clandestinos”, de Fernando Pérez (1987), com Luis Alberto Garcia, Isabel Santos e Susana Pérez; “Papeles Secundários”, de Orlando Rojas (1989), com Rosa Fornés e Juan Luis Gaíiardo; “Mujer Transparente”, filme em 5 episódios (1990): “Isabel”, de Hector Veitia; “Adriana”, de Mayra Segura; “Júlia”, de Mayra Vilasis; “Zoe”, de Mario Crespo; “Laura”, de Ana Rodriguez; finalmente, “Adorables Mentiras”, de Gerardo Chijona (1991), com Isabel Santos, Luis Alberto Garcia e Mirtha Ibarra. A estas obras junta-se ainda “Morango e Chocolate”, de Tomás Gutierez Álea, um cineasta recentemente falecido e que assinou alguns dos maiores êxitos nacionais e internacionais do cinema cubano. A acompanhar esta Mostra esteve em Seia Hortensia Tolón, argumentista, com quem o público debateu as obras visionadas, a história e a situação actual da cinematografia cubana.
As secções para jovens mantiveram-se e uma exposição do Cartaz do Cinema Português completava a programação. 
 Eduardo Brito, o Presidente da Câmara de então, LA, Camacho Costa, Hortênsia de los Angeles Tolón, Manuela Peixoto e António Correia, a postos para a sessão de abertura de 1996.
 O Festival nas ruas de Seia.
Redigindo a acta do Júri Internacional.
No intervalo de uma sessão.
À saída de uma entrevista sobre o Cine Eco, na RDP - Coimbra. LA, Carlos Teófilo, Camacho Costa e Frederico Corado.
Camacho Costa na  vastidão da serra.
Dois bons amigos, estafados, depois de uma jornada do Cine Eco.

1 comentário:

  1. Lauro, me espanta por la negativa que no continúes haciendo tan maravilloso Festival. Tengo en mis manos el programa de 215 páginas del Cine Eco 96. Un monumento del buen gusto cinematográfico en incontables jornadas de trabajo y esfuerzo Jamás olvidaré los maravillosos días que allí tuve con un equipo entusiasta y creativo.
    Caro Lauro, tienes un merecido lugar en la Historia del cine português y no apenas como realizador, has sido maestro y promotor incansable. Mi sincero homenaje a tu admirable trabajo!

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