quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A HISTÓRIA DE 16 ANOS DO “CINE ECO”. 5

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5. QUARTA EDIÇÃO - 1998

No CineEco'98 reuniram-se, a concurso, cerca de uma centena de obras de cinema (16 e 35 milímetros) ou de vídeo, nacionais ou estrangeiras, profissionais ou não. O Júri Internacional foi igualmente composto por personalidades relevantes no campo da cultura, como Marika Green, austríaca, produtora e actriz de projecção internacional, em obras de autores como Robert Bresson ou François Truffaut, o realizador Francisco Manso, , vencedor do Grande Prémio do Cine Eco'97,,a actriz e escritora Sofia Sá da Bandeira, o crítico e professor universitario norte-americano Enos William e a popular actriz Sofia Alves integravam o grupo.
Um Júri para Vídeo não profissional compunha-se por Carlos Brandão Lucas, Camacho Costa, Amélia Sousa Tavares e António Correia.
Do Júri da Juventude, criado neste ano de 98, participaram Ana Rocha, actriz de "Riscos"; Inês Santos, cantora vencedora do Festival da Canção 1998; Frederico Corado, director da revista FIM; Catarina Furtado, estudante universitária; Patrícia Rodrigues, dirigente do Cine clube de Faro, e Miguel Valverde, então membro da organização do Festival de Cinema do Algarve e actualmente director do Indie' Lisboa.
Para além das obras a concurso, muitas outras secções se anunciavam, desde logo a habitual “Outras Terras, Outras Gentes”, com obras imprescindíveis, como “Em Canie Viva”, de de Pedro Almodôvar (Espanha, 1997), “A Enguia”, dc Shohei Imamura (Jap, 1997); “Será Que Vai Nevar No Natal?”, de Sandrine Veysset (França, 1996); “Ponette”, de Jacques Doillon (França, 1996); “Guanlanamcra”, de Tomaz Gutierrez Alea e Juan Carlos Tabio (Cuba, 1995); “Ou Tudo Ou Nada”, de Peter Cattaneo (Inglaíerra, 1997); “O Rio”, de Tsai Ming-Liang (Taiwan,1997); “O Futuro Radioso”, de Atom Egoyan (Canadá); “O Segredo dos Abbotts”, de Pat O'Connor (EUA, 1996) e “Um Divã em Nova Iorque”, de Chantal Akerman (Bélgica, 1996). Filmes que de outro modo nunca seriam vistos em Seia.
Outro ciclo particularmente interessante foi “Shakespeare no Cinema/anos 90”. Williams Shakespeare tem visto grande parte das suas obras teatrais recriadas nos anos 90, através de um novo olhar e de uma nova interpretação, por vezes até através de adaptações à actualidade. O Cine Eco passou em revista algumas dessas criações de grandes cineastas e actores. Os títulos foram: “William Shakespeare's Romeo & Juliet”, de Baz Luhrmann (EUA, 1996); “Noite de Reis”, dc Trevor Nunn (Inglaterra, 1997); “Sonho de Uma Noite de Inverno”, de Kenneth Brannagh (Inglaterra, 1995); “À Procura de Ricardo III”, de Al Pacino (EUA, 1996); “Hamlet”, de Kenneíh Brannagh (Inglaterra, 1996); “Muito Barulho Para Nada”, de Kcnneth Branagh (Inglaterra, 1993); “Ricardo III”, de Richard Loncraine (EUA, 1995); “Henrique V”, de Kenneth Branagh (Inglaterra, 1989) e “Othello”, de Oliver Parker (EUA; 1995).
Leonardo DiCaprio foi revisto. Um dos grandes mitos do cinema actual, o único actor norte-americano que até hoje conseguiu ombrear com a sombra de James Dean, é certamente Leonardo DiCaprio, que, para lá de toda a mediatização, se revela ainda um excelente Intérprete e um símbolo individual, social, psicanalítico do herói dos anos 90. A quase totalidade da sua obra pode ser vista no Cine Eco 98: “A Vida deste Rapaz”, de Michael Caton-Jones (EUA, 1993); “Gilbert Grape”, de Lasse Hallstrom (EUA, 1993); “Rápida e Mortal” , de Sam Raimi (EUA, 1994); “Eclipse Total”, de Agnieszka Holland (EUA, 1995); “Basketball Diaries”, de Scott Kal-vert (EUA, 1995); “Duas Irmãs”, de Jerry Zaks (EUA, 1.996); “William Shakespcarc's Romeo & Juliet”, de Baz Euhrmann (EUA, 1996); “Titanic”, de James Camcron (EUA, 1997) ou “O Homem da Máscara de Ferro”, de Randall Wailace (EUA, 1998).
Akira Kurosawa, recentemente desaparecido, foi alvo de uma merecída homenagem com a exibição de dois títulos: a sua obra prima “Os 7 Samurais” (Japão, 1954), que será projectada na sua versão integral; e o seu derradeiro filme, “Ainda Não” (Madadayo) (Japão, 1993).
Uma evocação de “José Viana - 50 Anos de Carreira”, um ciclo sobre “Os Oceanos no Cinema”, uma pequena mostra “Mr. Bean”, muitos filmes dedicados à infância e à juventude, com sessões especialmente vocacionadas para o público escolar foram outras tantas opções para o muito público que acorreu (quase 10 mil espectadores, em Seia, num concelho que ronda os 30.000).
Organizou-se um workshop de animação, dirigido pelo realizador Abi Feijó e um seminário orientado por Carlos Brandão Lucas, sobre “Vasco da Gama e “A Grande Viagem”.
Camacho Costa ofereceu um belo recital de poesia, o Coro de Santo Amaro de Oeiras esteve presente bem como a Orquestra de Metais de Seia, e viram-se exposições sobre “50 Anos de Carreira de José Viana” (fotografias e pinturas), “Os Oceanos no Cinema” e “Leonardo DiCaprio”. 

Nas fotos, de cima para baixo: numa viagem à serra, foto de grupo, com elementos do Júri Internacional, do Vídeo não Profissional e Juventude, e elementos da organização; o quarto (imaginário) de uma fã de Leonard DiCaprio; exposição de fotografias sobre “Os Oceanos no Cinema”; LA com Eduardo Brito, Presidente da Câmara de Seia, na abertura do Festival; recital de poesia por Camacho Costa, com a colaboração de Inês Santos;  Carlos Brandão Lucas, Sofia Sá da Bandeira e Amélia Sousa Tavares, directora do Media Desk, em Portugal; Catarina Furtado, Carlos Teófilo, Marika Green e Amélia Sousa Tavares; LA e Marika Green; Angelina Barbosa e Camacho Costa; LA preparando entrevista; Sofia Alves; Inês Santos e Ana Rocha; Enos Williams e Frederico Corado; Sofia Sá da Bandeira; mais uma vez Frederico Corado comemora o seu aniversário em Seia, aqui com amigos e os colegas do Júri da Juventude.

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