quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A HISTÓRIA DE 16 ANOS DO “CINE ECO”. 4

4. TERCEIRA EDIÇÃO - 1997

Em 1997 o festival anunciava um salto qualitativo significativo. O seu catálogo, que se iniciara com 180 páginas A5, passava para as 360, duplicando análises e matérias. Apresentava “um conjunto de propostas tendentes à sensibilização e difusão de uma autêntica cultura cinematográfica, de uma profunda preocupação com a Natureza e a sua defesa e preservação, agora acrescida de uma componente Lusófona que, apesar de presente desde a sua primeira edição, só agora atinge as dimensões e importância desejadas.”  
Afirmava então, na abertura, que “o CineEco '97 é uma iniciativa que procura, por um lado, incentivar a produção de obras audiovisuais que defendam o ambiente, o equilíbrio natural, a ecologia ou que debatam temas que tenham a ver com a harmoniosa inserção do homem na natureza, particularmente em regiões serranas ou montanhosas, com as quais a Serra da Estrela possa estabelecer frutuosas comparações. Por outro lado, este Festival de Cinema e Vídeo Lusófono pretende transformar-se, ainda que lentamente, mas de forma segura, numa importante mostra do que de melhor se vai criando nos domínios do Cinema e do Audiovisual nos terrenos da Lusofonia, tornando-se se possível num ponto de convergência e encontro de culturas e experiências, pessoais ou nacionais, no quadro do grande mundo da língua portuguesa. Muito se fala e se delibera sem que as obras efectivas surjam com a brevidade necessária. Por isso, iniciativas como este Festival de Cinema e Vídeo da Lusofonia são um passo real numa direcção que é cada vez mais urgente prosseguir. Finalmente, é ainda nosso desejo prioritário - ou não fosse este um Festival de Cinema e Vídeo - prolongar e intensificar a difusão do cinema de qualidade, do cinema de autor, de cinematografias jovens ou distantes, obras que raramente penetram nos circuitos comerciais distantes do eixo Lisboa-Porto.”
As duas secções competitivas do CineEco '97 reuniam cerca de oito dezenas de obras de cinema (16 e 35 milímetros) ou de vídeo, nacionais ou estrangeiras, profissionais ou não, que tinham como temática preferencial a defesa do ambiente, num quadro internacional ou lusófono (aqui com uma novidade, uma secção de “Tema Livre”), concorrendo à atribuição de vários prémios, entre os quais duas Campânula de Ouro, no valor de 750.000 escudos cada. A concurso tivemos obras de reputados cineastas, como Carlos Diegues, “Tieta do Agreste”, Tata Amaral, com “Um Céu De Estrelas”, Hugo Carvana, “O Homem Nu”, (Brasil, 1997), Luis Galvão Telles, “Elas”, Francisco Manso “O Testamento do Sr. Nepomuceno”, Ivan Cardoso, “A Meia Noite com Glauber”, Pedro Sena Nunes, “Margens”, “Fragments Between Time and Angels”, “Impressões no 3º Dia em Glasgow”, Carlos Narciso, “Sementes do Diabo”, Fernando Lopes, “Se Deus Quiser…”, entre muitos outros.
Os Júris foram igualmente compostos por personalidades de renome indiscutível, sendo a sua internacionalização uma realidade. Alexandra Stewart, actriz, foi a presidente do Júri Internacional, ao lado da actriz brasileira Daniele Valente, da portuguesa Leonor Silveira, de Manuela Peixoto, técnica superior do Instituto da Conservação da Natureza, do cineasta e director de fotografia Manuel Costa e Silva, de Carlos Brandão Lucas, documentarista, e ainda de José Camacho Costa, actor de teatro, cinema e televisão, que acompanhou o Cine Eco até ao seu precoce desaparecimento.
Outros ciclos desta edição: “As Novas Tecnologias da Comunicação”, “ Outras Terras, Outras Gentes”, “Marlène Dietrich”, “Só Animação” (dedicado aos mais jovens), e “100 Anos de Drácula”, iniciado com “Uma Noite Com Vampiros” (das 21, 30 até às 8 da manhã de dia seguinte), durante a qual se puderam ver, sucessivamente, “Drácula de Bram Stoker”, de Francis Ford Coppola, “Os Viciosos”, de Abel Ferrara, “Entrevista com o Vampiro”, de Neil Jordan, “Drácula, Morto mas Contente”, de Mel Brooks, e ainda “Vampiro em Brooklyn”, de Wes Grave. 


Nas fotos, de cima para baixo: o átrio do Cine Teatro de Seia na abertura; uma conferência de imprensa, com LA, Eduardo Brito, Presidente da Câmara de Seia, e Carlos Teófilo; foto de grupo, com elementos do Júri Internacional, realizadores com obras a concurso e organização; sala cheia do auditório dos filmes a concurso; sala cheia do Cine Teatro; Camacho Costa e Brandão Lucas; a actriz Alexandra Stewart, de França; a actriz Daniela Valente, do Brasil; Hugo Carvana, actor e realizador, Brasil; Cláudio Marzo, actor, Brasil; LA, a realizadora Rita Nunes e Carlos Teófilo; o realizador Francisco Manso numa roda de amigos; o realizador José Pedro Andrade Santos; a jornalista Ana Sousa Dias; o realizador e director de fotografia Manuel Costa e Silva; a popularidade de Daniele Valente, então protagonista de “Confissões de Adolescente”; o Júri Internacional no palco durante a atribuição de prémios; Francisco Manso recebe um prémio das mãos de Eduardo Brito; Frederico Corado e Daniele Valente; LA e Alexandra Stewart.

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